E a turba avança insana,
tendo enchido o cálice de loucura
No riso, rosto, escárnio da verdade,
louvando o ídolo chamado usura
Machucam-se, sem sentirem nada,
pois o ferro que ferem, é a própria
carne
Calam, em grito que ecoa lento,
dos que comem da honesta vontade
pura
Carregam uma medalha escrita,
que a vida é bela, leve e pura
Contenta-se na própria armadilha,
degustando sua doce amargura
E assim seguem a romper os cantos,
o escuro medo que o peito guarda,
como uma dança que gira e gira lenta,
movendo o mundo numa ciranda de
migalhas,
buscam, apenas, o ávido prazer,
Sem amor
Sem alma
Sem doçura
niterói.rj
| 2011
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