16.6.12

Borboletas




Havia um tempo em que era comum o hábito de colecionar borboletas, graciosas, coloridas e belas sempre foram objeto de admiração em certo ponto de vista caracterizadas obras de arte da natureza.
Hoje observo como é difícil encontrá-las por ai, parece um luxo ter a oportunidade de admirá-las, talvez por estarem em extinção ou pregadas numa parede qualquer, mas ainda sim elas existem, mesmo que distante dos nossos olhos, vê-las é uma sorte afinal; sorte também, é compartilhar e desfrutar do sentimento chamado felicidade, anda um pouco sumido, mas ainda se encontra por ai.
Essa borboleta chamada felicidade, sempre perseguida num futuro que ainda se espera, é necessária um pouco de arte de vida, um pouco de coragem e  mente aberta para se vê, não à felicidade morna das glórias que enchem o peito de orgulho e os olhos de quem admira não essa composta de recompensas, não a felicidade que aquieta o coração mesmo sem se saber direito o porquê lhe fez aquietar. Não tão simples como se desligasse um liquidificador.
Falo daquela que voa no estômago, como uma úlcera leve, pois o final, o que todos buscam é o sentimento de se SENTIR VIVO, fazendo um brinde com a vida, nas lutas de cada dia em cada história pessoal, e ela, por vezes é apenas a teimosia de ser mais ousado, de ser mais audacioso, de não simplesmente olhar pela janela e ver o tempo passar, é não apenas está acostumado ao conforto e segurança no anoitecer em sua sala de estar.
Lá dentro, onde as escolhas estão definitivas, por vezes se descobre que essa borboleta pode voar para outros lugares, lembrando que a felicidade nem sempre se é tudo que se tem, mas são coisas simples que a fazem sorrir com liberdade e contentamento no coração.

salvador.ba | 2012

14.6.12

A Palavra Exata


Queria a palavra certa
A palavra sem cicatriz
Sem ranço, sem dor
Queria a rima concreta
O desatino, o dom pra falar do amor
A palavra EXATA
A que não tem questão
Que não deixe dúvida, na sua razão
A palavra que acorde
O coração que dorme
A fala pura 
Sem início, meio ou decepção
Que não escape dos seus ouvidos
pela palma de minha mão
A palavra que não mudasse nada
E que mude apenas, o mundo seu
A palavra certa
Exata
A palavra sem risco
Sem rabisco
Impensada,
Que faça o sentimento nascer
A palavra certa, inquieta, Casta
Que fosse dita apenas a você


(Às vezes nem tudo é dito, no tempo exato)

salvador.ba | 2012

10.6.12

VV

                     
                                                    

Izabel

Seu nome é assim,
um sussurrar das estrelas
        uma ciranda de rosas que passa pela avenida da minha cabeça
Pois é amor
Não sei a resposta,
porque isso acontece somente com você
Ah, seu eu pudesse te fazer entender,
e quem sabe entrar no teu coração
de mãos dadas mostrar, que a escuridão, é um lugar sem a luz do teu olhar.

E o que se pode fazer?
Diz o que faço
Se o amor esteve sempre aqui,
Se as flores querem de volta um pouco de tua atenção,
O que posso dizer?
Só posso escutar as estrelas teu nome gritar

Não importa se na torre mais alta estiver seu sorriso,
é lá que irei buscar
Não importa mais,
não importa não

Não importa
se sua meia de seda rasgou,
nem os espinhos que pisaste
Nem o que fizestes por um romance,
não importa,
nem tudo que se faz é de verdade.

Quem vai poder mudar isso?
O sol esteve atrás das nuvens
E você sabe como me chamar
E sabe desenhar seus sonhos
E reconhece as letras que se perderam no tempo
Se você juntar,
vai escutar seu nome

Então quebra as correntes,  liberta as estrelas,
o destino delas é brilhar,
Liberta as estrelas,
elas querem te amar
Liberta as estrelas,
elas querem de volta o brilho do teu olhar.

Então quebra as correntes, liberta as estrelas,
o destino delas é brilhar,
Liberta as estrelas,
elas querem te amar
Liberta as estrelas,
elas querem de volta o brilho do teu olhar.
O brilho do teu olhar.

(niterói,rj | 2009)

Olhar

                                                              

3.6.12

Despida


Apenas mais uma entre vós, conseguirá encantar o encantador
Apertar os laços no abraço, na busca incontida desse amor
As vozes que clamam os olhos que amam em tensa rubra retina
O gozo em riso de menina
Simples contentar, na sua rotina
Esquece-se do véu, em branco linho fino cortado,
como nuvem pelo céu se espalha
As noites que brinca escondida,
recebendo apenas migalha
Mero espelho, imagem refletida
Pois não acredita, mais, no alvo vestido que usa
Que de tão sujo por outras,
O tempo, despida a deixou


niterói.rj | 2011